Comunicado
A toda a comunidade Praxística da Universidade do Minho.
Temos sido assolados com vários comentários negativos sobre as nossas tradições. O que para nós é inocente e não passa do retrato cultural de diferentes povos, para outros é visto como racismo e como uma atitude pejorativa para com uma raça. Nunca, em momento algum, a vontade dos alunos de Biologia e Geologia foi de discriminação racial ou do uso de uma prática extremamente condenável. A Praxe É união, a Praxe É integração e a Praxe É justa, idónea e equitativa, NÃO discrimina género, crença ou etnia.
O ano de 2020 fez-nos repensar alguns momentos importantes para os estudantes, sendo um deles a Latada. Normalmente, esta acontece no Centro Histórico de Guimarães e consiste num cortejo académico por ruas tão importantes para a Academia Minhota. A adaptação aos novos tempos passou-a para o digital em que cada curso da Universidade do Minho submeteu um vídeo numa plataforma on-line, YouTube, para posteriormente ser visto e avaliado. Como sempre, os estudantes recorreram à paródia e à sátira social da atualidade do nosso país. Desde o abandono escolar, à falta de apoios aos estudantes com necessidades, passando por um povo tribal que usa uma tinta na cara para celebrações, proteção do sol ou até mesmo como sinal de beleza. Muito se viu nesta celebração de integração na vida académica, tão importante para a saúde mental dos estudantes.
O Cabido de Cardeais, Órgão Máximo da Praxe Minhota, orgulha-se de integrar o Conselho Nacional de Tradições Académicas - plataforma de entendimento que reúne os pontos comuns à Praxe a nível Nacional - cujo compromisso, através de uma Carta de Princípios, reitera a nossa inabalável fé em todos os princípios descritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na inclusão de todos os que assim desejam integrar a Praxe, independentemente do género, crença ou etnia. Estes princípios são transversais a todos os cursos da Academia.
Lamentamos que as ações dos alunos em causa tenham sido interpretadas desta forma quando nunca houve essa intenção. Tratava-se, única e exclusivamente, da representação de um povo tribal, guerreiro, que mostra as cores em momentos de celebração, em comparação com a nossa Latada, um momento de celebração e de integração.
A Praxe sempre se motivou através da união criada entre todos, e não pelas divergências. Sempre quis enaltecer o que cada um tem em comum sem olhar para as diferenças individuais. Na Praxe não há individualismo, há uma sensação de pertença a uma grande família com vontade de entreajuda e de contribuição para uma sociedade igualitária
Esperamos que este mal entendido seja superado e que todos possamos voltar a viver as nossas tradições de forma livre.
Saudações Académicas,
P'lo Cabido de Cardeais.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home